terça-feira, 14 de abril de 2020

Crítica: Coletânea ‘O SUBSOLO-VOLUME 2’



Definimos o conceito de coletânea como uma seleção de diferentes obras, um grupo seleto de canções que entram em um álbum para divulgar não apenas um grupo, mas sim vários artistas e bandas. Na literatura chamamos de antologia, mas aqui comentarei a respeito do CD O Subsolo, volume 2. Com iniciativa do Blog O Subsolo, André Bortolai lança a coletânea para apreciação de todos, aqui em “O Subsolo, volume 2” o público conta com 20 canções de diferentes lugares do Brasil. No disco há uma canção da banda Melanie Klain chamada “Abençoados por Deus”, onde nos confundimos se o teor da banda é voltado mesmo para o white rock ou apenas se esta canção isoladamente tem subtexto gospel, o que não tira a beleza da música. O som é bem pesado e com presença, a banda sendo religiosa ou não, mostra que a organização dá espaço e liberdade para que as bandas se expressem de forma livre, o que é muito importante, a banda de certo mandou muito bem no som, avaliação: 8. Vale ressaltar também que a banda possui um álbum intitulado “Análise do Caos” que está disponível a todos para audição na Internet, recomendo conhece-los, vale muito a pena.
                A coletânea traz também no álbum, uma canção chamada “Mulher-Gato”, da banda catarinense Cherry Ramona, som muito bem produzido, com uma sonoridade bem jovem, a música do grupo é maliciosamente masculina, pra lá de divertida e tem tudo para ser tema de fantasia na cabeça da rapaziada, avaliação: 7. O disco traz também Luciano Granja, com um vocal pra lá de maduro e agradável, a música desde o seu início nos entusiasma a querer prestar atenção, o que é muito importante. A canção “Vontade de Voar” suscita algo a respeito de um passeio, de postura e de mudança, inspira reflexão sobre as nossas liberdades individuais de maneira muito peculiar, um elixir pra quem quer encorajar-se a ir embora seguir o próprio rumo sem olhar para o passado, e como a própria canção diz, “subir no telhado e alçar voo”, avaliação: 9. Quem participa também da coletânea é o artista catarinense Kiko Oliveira, que contribui com a canção “Estou Tão Cansado”, onde o eu-lírico da música demonstra vir de alguém que, aparentemente, com algo se incomoda. A música tem uma levada também muito agradável, que gira em torno do rock e do pop, canção que tem um “Q” urbano e até mesmo político, ao mesmo tempo sem soar bobo como muitas bandas locais acabam por se equivocar, ao meu ver, a melhor faixa da coletânea, avaliação: 10. Os cariocas da Banda Reduto chegam ao projeto com a canção “Ardor”, que além de ser ótima, possui uma poética que funciona perfeitamente, a música começa e muda para uma outra levada, contudo não se torna entediante, ao contrário, segue marcante até o seu findar. Esta canção leva a imaginarmos como é que seria ver um vídeo clipe destas coisas sendo representadas, traz-nos uma curiosidade tremenda para ver este feito acontecendo; avaliação: 9.


                Por fim, mas não menos importante, a Banda Basttardos, que participa do disco com uma canção que divulga o próprio nome do grupo. A música "Basttardos" tem uma introdução pra lá de cinematográfica, som bem equalizado, agradável de se escutar, levada de bateria muito bem executada e tudo muito bem trabalhado. O vocal é que podia ganhar um pouco mais de destaque, pra que possamos compreender a letra na íntegra, que foi o único ponto que encontrei onde o grupo poderia otimizar um pouco mais a canção, que é muito boa. Destaque também para o solo de guitarra o final da música, está esplêndido, guitarra que por sua vez, trouxe à canção uma ótima impressão, causou um bom desfecho também. A coletânea traz consigo outros artistas e bandas, acesse o Blog O Subsolo para conhecer mais a respeito dos CDs físicos, vale muito a pena.

A quem se interessar, me siga também no Twitter (Jhony Uriel), onde comento muitas coisas sobre música, arte, cinema e sempre coloco indicações musicais de diferentes gêneros, inclusive sobre heavy-metal. 

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Crítica: Transamazônica, de Rudinei Borges

À luz de belíssimas fotos do artista-fotógrafo paraense Melvin Quaresma, o dramaturgo e poeta Rudinei Borges apresentou o espetáculo teatral "Transamazônica" no Teatro da SP Escola de Teatro, na sede Roosevelt, em São Paulo, com atuação de Geraldo Fernandes e Leandro Lago. Obra que para alguns anuncia, e para outros relembra, com um belíssimo registro e cuidado estético, o que era pra ligar os homens de um lugar para o outro, em um canto muito remoto: a cidade de João Pessoa até a fronteira com o Peru, estrada esta que fora por um tempo considerada um tremendo fiasco. 



         Um tempo depois o projeto acontecera e chamada não mais de Transamazônica, e sim de BR-230. O presidente da época, Emílio Médici, se fizera valer do acontecimento, porém segundo relatos, menos da metade das expectativas para o projeto foram alcançadas, além dos pouquíssimos e precários cuidados tomados com a floresta amazônica, patrimônio brasileiro conhecido em todo o mundo. O espetáculo tem a cenografia e figurinos feitos por Telumi Hellen, iluminação por Decio Filho, e ainda contou com Murilo de Paula na direção de elenco. O projeto aconteceu com incentivo do Prêmio Zé Renato de Teatro e se fez possível graças ao apoio de todos os envolvidos em todas as etapas do processo. Importante ressaltar que Rudinei é também autor dos espetáculos "Dezuó", "Breviário das Águas", "Epístola 40", bem como dos livros "Memorial dos Meninos", "Dentro é Lugar Longe" e também "Chão de Terra Batida". Conheça e acompanhe um pouco mais o trabalho do artista pelas suas redes sociais. 

Por hoje é isso, obrigado pela visita. 
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