Olá caros,
Este post é referente a uma visita que fiz a uma exposição no Sesc Santo Amaro agora em Fevereiro e vim aqui relatar algumas percepções pra vocês. O Grupo como um todo apresenta um trabalho pra lá de
interessante logo desde os primeiros passos, inclusive na maneira como a
exposição foi concebida, contemplando artistas jovens, quebrando um pouco o
paradigma de que o artista plástico só é reconhecido depois da morte,
iniciativa de muito louvor, fazer acontecer a reunião destes artistas tão
jovens. É importante saber o que está acontecendo no circuito da arte,
descobrir quem são as novas revelações, os novos xilogravadores da cidade. A
iniciativa de Santídio em reunir os jovens ajudou muito no mapeamento dos novos
artistas existentes na linguagem, e incentivar a continuação das investigações
das diversas possibilidades na área da gravura.
A arte proporciona contemplação e (quase sempre) é escrava da beleza, faz as pessoas pensarem e refletirem questões, e a gravura detém enorme eficácia no induzir das pessoas a este pensamento crítico, pois suas técnicas ainda vigoram até os dias de hoje, mesmo sendo tão antigas. Nesta exposição deu pra notar muito claramente a influência da prática literária do cadáver esquisito, que soou de modo, ao meu ver, hiper sofisticado, imprimindo de certa forma o individual de cada um dos artistas, porém com leveza, sem deixar que a apreciação do trabalho se tornasse algo massivo, pelo contrário, foi algo pra lá de sofisticado. À frente da exposição estão, além do próprio Santídio, também Luisa Almeida, e junto a eles os jovens artistas Igor Santos, Fernando Melo, Gabriel Balbino, Kamila Vasques, Rafael Toledo e Julia Bastos. A curadoria do trabalho é assinada por Célia Barros.
A
exposição toda tem obras feitas em madeira (xilogravura). É preciso salientar
também que Fernando Melo e Gabriel Balbino fizeram os seus trabalhos com matriz
perdida. Observações que fiz a respeito do trabalho de Fernando Melo, é que ele
aparenta usar mais de uma matriz. Observei que a coruja (seu trabalho que mais
me chamou atenção) é bem vibrante, a cor amarela transita por dentro e por fora
da gravura, de modo harmonioso na imagem, o que me deixou ainda mais empolgado em continuar com os olhos fixos olhando para a
mesma, o pavão parecia dançar e de modo tão convidativo que por vezes me pus a
imaginar até mesmo qual canção ele estaria a escutar.